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Vela, Flor e espinho

Na beira de um aniversário especial, um assassinato brutal. Foi com essa notícia que cheguei de viagem essa semana. Nossa vizinha de porta havia sido morta sábado num crime passional que supostamente envolvia seu irmão como autor. Está em todos os jornais e noticiários aqui do Rio. Já tinha dado aula de capoeira pros seus filhos e isso me cortou o coração. Conhecia o garoto pois ele vivia sozinho na rua com um cachorrinho num estilo meio emo gótico de ser. Jamais desconfiaria que ele pudesse ser capaz de algo assim até que ele se entregou dizendo que havia eliminado sua irmã por ser uma pessoa "impura". Lembrei até daquela parte da música de Hebert, "eu não sei da onde vem o tiro". O que isso quer dizer? Ela era diretora de elenco e ele um internauta influenciado pelas páginas sombrias e religiosas que habitam a rede. Sim, nossa sociedade está adoecendo e já sabemos que o inimigo mora ao lado...porém dessa forma tão ao lado, eu jamais imaginaria. Nessa mesma noite, nosso chuveiro queimou. Eu e minha esposa apagamos toda a casa e nos colocamos o desafio de trocar a resistência juntos pela primeira vez. Achei aquela cena linda, a gente dependurado com o manual na mão, a lanterna do cel e tendo o que ela chamou de "Teste de Resistência". Simbolicamente em meio aquele momento de escuridão, foi exatamente isso. Passamos por essa juntos transmutando uma energia difícil e resistindo aos paradoxos do estar vivo. Não é um texto sobre desastres. É sobre enfrentar com nossos parceiros as tragédias e torná-las combustível pra nossa evolução. Acender uma vela, acariciar uma Flor e suportar os espinhos. O caminho das pedras é feito pelas pedras no caminho. Parabéns Amor!

As mulheres guerreiras são apaixonantes.


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