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Rockxigênio


E aí? Morre ou não morre esse tal de Rock´n Roll... Suas raízes negras trazem consigo a força de quem luta pra se reinventar e sobreviver ao teste crucial do tempo. Modas vêm e vão e ele fica. Entre as cenas de “Hair” e “Easy Rider”, dos pactos na Encruzilhada ao impacto do rebolado de Elvis, do lendário morcego mordido de Ozzy ao ritmo de aventura de Roberto Carlos, seja de Raul à Sepultura, o emaranhado sonoro e imagético desse estilo rompe barreiras há décadas. Se entrarmos na esfera “Rock é atitude”, o assunto se expande e passamos a falar de transgressão, política, simbologia e estética. A abrangência e profundidade da linguagem que o estilo abarca é apaixonante. Muitos morrem de medo dele, pois também é questionador e capaz de mudanças profundas na cabeça de um jovem que pretende se manter jovem de cabeça. Vivem tentando asfixiá-lo o acusando de previsível e embolorado. Gostem os mais cartesianos ou não, o rock é Mutante e dessa forma garante sua sobrevivência.

Lembro que meu primeiro contato com ele foi através de Erasmo Carlos nas fitas cassetes que meu pai colocava no carro quando viajávamos pro Nordeste. De repente me vi um adolescente cabeludo “From Hell” ensaiando Ramones numa garagem quente com os amigos de escola pra anos depois montar minha primeira banda de rock chamada Símios. Virei músico depois de viver em Vitória o Rock in Lama, os festivais da UFES e tocar no dia D. Já gravei 6 discos autorais, viajei a Europa em 5 turnês internacionais e lancei meus 3 trabalhos solos no emblemático palco do Circo Voador plugando a guitarra no drive e sentindo as dores e os prazeres desse “rock way of life” tão controverso. O público se renova, a emoção se retroalimenta e aquela camisa preta na gaveta sempre ganha um novo significado.

Em dezembro retorno ao ES para participar como convidado especial da final do 1º Festival de Rock da Harley-Davidson que vai eleger a melhor banda de rock capixaba e que teve mais de 100 bandas inscritas e um público de 7000 pessoas (somando suas três etapas eliminatórias) num momento tão complexo do país. A chance de trocar experiências num encontro de bandas de rock, colocando todos os envolvidos de diversos estilos em conexão com um público que está de coração aberto e ouvidos atentos é o primeiro passo pra se construir um movimento legítimo que une gerações. E o que será

que isso significa em tempos tão instáveis...que o que é verdadeiro fica, se transforma e acha seu lugar ao sol independente do tamanho da sombra. É o novo tomando fôlego. E o novo é o velho. E o velho é o moço. Rockxigêne-se!

Gustavo Macacko – músico, cronista


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