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As aparências revelam


Somente os tolos não julgam pela aparência. Quando ouvi pela primeira vez essa afirmação de Oscar Wilde fiquei desconcertado. No começo discordei, mas aos poucos fui buscando entender à profundidade da questão. Questionamos pouco determinadas afirmações do tipo, jamais julgue um livro pela capa. A capa de um disco ou livro também é parte da obra de arte como um todo. Se ela não recebe o tratamento necessário a obra perde. Colocando isso no aspecto humano, a aparência também carrega uma aura, uma sinalética, um ar de mistério sobre o que vem por dentro. Ou seja, a aparência faz parte do conjunto e também revela traços, mesmo que a princípio superficialmente, das características inerentes ao sujeito. Lembro quando recebi a capa do meu segundo álbum com um símbolo que até hoje me acompanha. Era um raio, um três e um M ao mesmo tempo. Fiquei horas vidrado naquela imagem que havia sido criada por uma figura sensível e especial, um profeta disfarçado de designer. Fiz uma tatuagem com ela e esse ano virou o cenário do meu show. Muitos já me pararam pra perguntar o que esse símbolo significava, seja por conta do disco ou pelo desenho no meu braço, e aí entendi a força de uma capa. Certa vez antes de entrar numa entrevista fui tomar um café e me deparei com esse diálogo:


Atendente: Sabe o que é moço, a gente viu sua tatoo e percebeu que você sentou na mesa três sem saber pois não tem o número escrito nela. Será que são coincidências...combinamos de fazer esse enfeite sutil na sua xícara pra ver se notaria...você faz parte dessas coisas de Iluminati?


Foi ali que percebi como essa capa passou a me representar. Aliás, somos a capa do nosso livro interno. Quer saber como anda seus escritos interiores, vá até o espelho. Ta ali, pra quem quiser ver. Na profundidade do olhar, no semblante, na pele. Começei discordando e terminei dando um oscar pra Oscar.




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