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Doentes pelo verbo querer, só Floyd explica



A armadilha mora no nosso querer. É difícil aceitar que o que não queremos pode ser um trunfo bem mais interessante na conta final. A conquista também é um obstáculo. Ela é triste por natureza, finaliza. Lembro dos tempos em que sonhava fazer shows internacionais. Queria muito alcançar esse objetivo e acabei vivendo várias experiências em Festivais pela Europa durante 5 anos. Mesmo que o contexto fosse distinto em cada show, as sensações eram muito parecidas quando chegava o momento exato da realização. Ápice e vazio. As escolhas com suas renuncias também influenciam. Quanto você topa perder pra ganhar? Plenitude soa como utopia. Minha primeira empreitada tocando na França foi fantástica mas tinha acabado de me separar e passei a viagem inteira cuidando das próprias feridas. Quando fui tocar no Festival de Montreux na Suiça foi uma fase que precisei me doar muito em busca de uma paz que não vinha. Tive uma passagem na Itália louca também onde toquei em lugares super exóticos e queria muito chegar onde o Pink Floyd havia gravado o “Live In Pompeii”. Ao tentar entrar com minha guitarra, a pessoa na porta virou e disse: Vocês entram, os instrumentos não. E assim é a vida. Fiquei triste na hora pois queria muito estar lá tirando som. Quando entrei sem nada fui percebendo como era boa aquela opção também. Alcancei descobertas interiores muito preciosas, pois não estava com nada pendurado e o peso que precisei carregar era só o da minha consciência. Ainda bem que não realizei o que queria. O que tinha que ser estava bem mais instigante. O instrumento era eu.



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